quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

O universo político e os conflitos de interesse


Todos sabemos, que para um plano dar certo, várias negociações políticas são engenhosamente planejadas e muitas vezes o alcance do sucesso desejado, não coincide com as expectativas, porque o resultado é fruto das boas práticas de ajustes e bons acordos fechados, outros desenhados, pactuados, para curto, médio e longo prazos.Assistimos uma negociação simples malsucedida no caso Eloá.
Assistimos vários procedimentos que se arrastam porque têm à frente maus negociadores, que não sabem usar, de maneira decisiva suas forças. Imaginem essa crise global e seus reflexos, um grande conflito de interesses econômicos-financeiros, que se propaga e arrasta economias e inferniza a vida dos cidadãos das diversas civilizações. A greve mal definida dos médicos do SUS, aponta a ausência de negociações eficientes e más práticas na hora do acordo, ressalvem-se as ações do Sinmed, que têm sido conduzidas de forma ética e competente.E nesses últimos tempos o infanticídio e o homicídio descabido na Faixa de Gaza por Israel, que em pleno século 21 desafia o acordo de paz mundial, forte bandeira das Nações Unidas.
Lideranças tímidas e com interesses conflituosos, não tomam uma medida enérgica conjunta, que possa garantir ao mundo o mínimo de segurança. Assistimos a desmoralização da ONU, quando determinou o cessar-fogo imediato e nada aconteceu. Uma guerra santa? Que nada! Interesses político-econômicos norteiam as ações e os mercados de armas, que poderiam amargar a crise, mas se revigoram e mantêm certo equilíbrio financeiro dos EUA.
O bloqueio de Israel à faixa, com o apoio dos Estados Unidos e da União Européia, tem se tornado cada vez mais severo e perverso, desde que o Hamas venceu as eleições para o Conselho Legislativo Palestino em janeiro de 2006.Combustível, eletricidade, importações, exportações e a entrada e saída das pessoas da faixa têm sido lentamente sufocados, levando a problemas de saneamento, saúde, abastecimento de água e transporte que colocam as vidas em risco.
Pessoas desnutridas e crianças morrem na Faixa de Gaza e nenhuma providência é apresentada, continuando o bloqueio.Nada mais justo que um grito de desespero: a guerra! Nela todos perdemos, mas muitas vezes é a única linguagem, para um povo prepotente, historicamente perseguido e conflituoso em seus direitos, e mais, com um território também mal definido.Negociação é a forma mais eficaz de lidar com foguetes e outras formas de violência.
Um sentimento coletivo contra os judeus de Israel se espraia mundo a fora. A revolta é absoluta, não há transigência, cabimento.
A política que se desenvolve é tímida e obedece a interesses escusos e de má prática. E o papa? Poderia tem uma postura mais enérgica?
Menos omissa e complacente?Medida de força é uma decisão própria do universo político. Todo o plano só tem bons frutos com um planejamento político bem estabelecido.



Mario Jucá

(*) É médico.